sexta-feira, 29 de maio de 2009

Hoje

Acordo invariavelmente despenteada e mal disposta, pés descalços no soalho gasto e dirijo-me desajeitadamente e com o passo pouco certo, até à cozinha. Mato a sede com uma caneca cheia de água, que bebo quase num golo. Espreito o dia pela janela da marquise e parece-me que ainda é cedo, volto para a cama. Não consigo dormir, mas prefiro ficar quieta no meu quarto às escuras. Permaneço assim, mais de uma hora. Começo ouvir o rebuliço do acordar da cidade. Lá fora nasce o dia, que promete ser quente e abafado. E aqui dentro mantem-se a incerteza e cultiva-se o desassossego do que me espera quando sair porta fora.






Sem comentários: