quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Houve alguém se esqueceu do pacote aberto e as bolachas estragaram-se. Já não se recomendam a ninguém. O chocolate está esquisito e o morango cheio de bolor, a consistência é mole. Podíamos deitá-las fora, mais o pacote e tudo em volta e fazer bolachas novas, bonitinhas e apetitosas, mas os cozinheiros já cá não moram. Foram para outros estabelecimentos, queimaram os aventais, houve panelas pelo ar, caldos entornados e a receita foi destruída pela falta do ingrediente principal. Não, já não se fazem bolachas bonitinhas nem apetitosas aqui. Mas, para aqueles que aqui vêm repor os níveis de açúcar, haverá sempre Pudim.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Lisboa

Lá em baixo o reboliço da gente, o som dos passos apressados na calçada. Cá em cima a luz de um Verão intermitente, a doce preguiça, a vontade de não fazer nada.
Peço-te que fiques mais um pouco, que te demores nas cores da paisagem. (Olhas fixamente as casas mas não reparas nos telhados, lá ao fundo vês os prédios altos mas escapam-te as janelas).
Não me interessa o que vês ou não, no que reparas ou no que só finges olhar. Chega-me que o dia passe por nós e ali deixados - fiquemos, perdidos um no outro, com Lisboa como uma desenvergonhada desculpa.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

As nuvens - Berlim


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tacheles - Berlim




segunda-feira, 20 de junho de 2011

Estendal

Se te peço que não me deixes pendurada não é por não gostar de andar ao sabor do vento. É antes medo de ficar parada, pregada a um imutável momento.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Leve

não se atire do terraço,
não arranque minha cabeça
da sua cortiça
não beba muita cachaça,
não se esqueça depressa de mim, sim?
pense que eu cheguei de leve
machuquei você de leve
e me retirei com pés de lã


Leve - Chico Buarque


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Alentejo em camadas


Os dias começam e acabam enleados uns nos outros. Ninguém desfaz os nós que os unem, nessa imensidão de paisagem. O sol nasce e põe-se atrás dos montes, indiferente ás vacas e ás ovelhas. Diz quem passa que o ar é puro e as vistas frescas, e que o ânimo é leve, sem correrias nem pressas.