quinta-feira, 16 de abril de 2009

Imagina

Imagina que hoje acordavas e tudo corria como imaginas. O que eu quero dizer é que tudo corria como queres. Imagina. Acordavas e o sol brilhava radioso às dez e meia da manhã, sim porque mais tarde já é demasiado tarde e ninguém quer juntar o pequeno-almoço com o almoço. Lençóis para um lado, tapa-olhos-padrão-leopardo para o outro e ala que se faz tarde pés no chão e banho quente-frio, frio-quente para estimular a circulação. Vestes a tua roupa favorita, impecavelmente passada e cheirosa e penteias o cabelo irrepreensivelmente volumoso de jeitos rebeldes. Claro está que te despachas a tempo. Apanhas exactamente o autocarro que devias apanhar e surpresa das surpresas só há lugar ao lado daquele rapaz de cabelo sob o comprido e barba de três dias que partilha contigo os mesmos gostos musicais e o interesse pela fotografia. Sem dares por isso, já chegaram à gare do Oriente, logo agora que se iniciara um debate efusivo sobre perspectivas. Lá terão de combinar um café naquela esplanada à beira rio. Chegas à estação de metro cedo, tão cedo que podes ir de autocarro. Ninguém te passa a frente porque não há filas e sentas-te num lugar à janela. Passeias o olhar sobre a cidade, enquanto o i-pod parece adivinhar aquilo que queres ouvir.
Quando chegas à faculdade só vês quem queres. Pequeno-almoço com a malta do riso alarve e compulsivo, uma vista de olhos no diário económico e encontros totalmente inesperados com as tuas pessoas fetiche, com direito a efusivas conversas sobre gastronomia. As aulas passam a correr e quem diria que estratégia empresarial podia ser tão interessante? Almoças no teu restaurante favorito que num dia completou as obras que já contavam três semanas e como não tens trabalhos para fazer (nem monos a empatar) podes beber o teu café com duas pedras de gelo nas calmas enquanto conversas sobretudo sobre nada. À tarde dás uma oportunidade à miscigenação na tua esplanada favorita e voltas contente e feliz para casa sem seres importunada por junkies agressivos e ameaçadores. A energia mantém-se, jantas com o progenitor e como a noite ainda é uma criança pede que a embales com caipirinhas pretas e deambulações pelo teu bairro lisboeta favorito, ao som de novas músicas, novas línguas e novas boas ideias à meia luz dos candeeiros da rua. Imagina que hoje acordas e tudo corre como imaginas…Isso não deixaria pouco lugar para a imaginação?

4 comentários:

Cat disse...

Inês Maria, adorei! =]

Steve disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Catarina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Catarina disse...

ahahahahah e ag Inês? cmo é q lhe vais dizer q, apesar de andares por lá perto, n estás bem nos camarões? por tlmv ou por e-mail?