terça-feira, 31 de março de 2009

"A espuma dos Dias"



Ando a ler este livro… “A Espuma dos dias” de Boris Vian. Com esta bela capinha colorida que aqui vêem. E macacos me mordam senão é um dos livros mais estranhos que já li…
Neste meu livro as coisas movem-se sem que lhes toquem, vivem e morrem, tudo com uma naturalidade universalmente aceite…as pessoas, essas, são peculiarmente divertidas e as situações, excêntricas, são descritas com tal descontracção que parecem perguntar-nos com ar admirado “mas afinal o que tem de tão estranho?” sempre que franzimos os sobrolhos cépticos.
Nas palavras do miúdo das sopas Knorr, eu gosto! É daquelas pequenas coisas que nas viagens de regresso a casa me fazem soltar gargalhadas de espanto contido na carreira 32, conjuntamente com as pessoas que se deixam dormir de boca aberta de encontro aos vidros do autocarro.

E enquanto escrevo sobre literatura, numa onda intelectualóide, a tv está ligada num programa extremamente educativo, atrevo-me até a dizer "erudito"…“Paris Hilton’s my new Best Friend”.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Encontros imediatos

Mais um encontro imediato de terceiro grau e não estaria aqui para contar a estória.

Não me interprete mal quem no início deste texto começou logo a ouvir baixinho nos confins da nuca a música dos x-files e a imaginar-me a ser raptada por um grupo de homenzinhos verdes. Escusam de estar já a formar teorias da conspiração que envolvem campos de trigo e menires que não foi nada disso.
Há dias em que não acontece nada, e depois há este género dias, em que acontece uma série de coisas…parvas.
Hoje foi um dia rico em encontros, ou reencontros. Encontrei aquele rapaz giro da faculdade, o outro rapaz giro do autocarro que vejo muito poucas vezes, e que anda com um abanar de anca um tanto ou quanto estranho, encontrei o homem do restaurante dos Sábados ao almoço e das sextas ao jantar, encontrei o Leonardo António que é forcado, tem cabelo à padre, e que visto frequentar aquele grande café que é também espaço de navegação cibernética, onde param betos das lezírias detentores de vacas, bezerros, e toda uma panóplia de gado bovino, e também ele beber café com duas pedras de gelo, curioso, achava por bem que começasse logo ali uma grande amizade de modo a celebrar as coincidências da vida. Até encontrei um senhor que provavelmente prevendo um choque inevitável me disse que ia no lado errado do passeio que o meu lado era o direito e não tinha nada que andar do lado dele, o esquerdo.
Como se isto não bastasse ainda encontrei o “Mané”, setubalense de nascimento e Alcochetano de criação, que com os seu lindo sorriso de dentinhos típicos de quem comeu muitos doces quando era pequenote me pediu o número para futuros contactos, sem grandes pressões que podíamos ser só amiguinhos isto claro senão fosse moça comprometida…Não teve sorte o Mané (apelido, não nome próprio) mas só porque hoje não estava bem disposta, provavelmente coisa de mulheres, senão era certinho que ele ia para casa com mais um número no telemóvel topo de gama e toque real de uma qualquer quinzombada melosa.

Nada mau para uma segunda feira, an?

domingo, 15 de março de 2009

Gran Torino


Um dos melhores filmes de sempre. "O máximo" (ahah)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sobre o Sol e o Calor

Os dias começam a prometer coisas. Cedo. Bem mais cedo do que quando ainda de noite apanhava o metro. Por essa altura os dias só começavam as suas leves promessas mais ou menos pela zona do Cais do Sodré. Agora não. Agora quando rumo à margem norte do rio Tejo já aquele sol tímido da fronteira entre a manhã e a madrugada espreita num irrepreensível céu azul claro. Mesmo quando com as chaves numa mão e as bolachas integrais na outra, fecho com um puxão a porta de minha casa, ao mesmo tempo que vindos de quem sabe onde, outros rodam a chave para abrir e entrarem, cansados, satisfeitos, a custo, pelas portas das deles.

As tardes aquecem. Por volta do meio-dia já se torna difícil manter os casacos vestidos. A sede passa a ser a companheira dos passeios chiado acima, chiado abaixo. Nas aulas ouve-se um burburinho mais acentuado, e as cabeças rodam em direcção às janelas, fossem aquelas no rés-do-chão e as mini saias e a airosa passagem da gente em manga curta o acentuaria ainda mais. As pessoas juntam-se nas esplanadas, e as conversas tornam-se tal e qual o tempo, acaloradas. Reparo neste, naquele e no outro, enquanto através dos óculos de sol, mais ou menos discretos, outros fazem o mesmo.

As noites convidam. A gozar concertos, a beber um copo, a conhecer pessoas. A passear pelas ruas, acompanhada. A ir de tarde, a vir só de madrugada. Os serões pedem bate-papo de pés descalços nos sofás, nas cadeiras das varandas e às mesas dos quintais, com aquela musiquinha exótica a tocar no rádio, como banda sonora de conversas banais.



quinta-feira, 12 de março de 2009

I'm Dimitri

Quero aqui referir que aprecio muito mas mesmo muito as noites quentes fora de tempo (tenho uns gostos estranhos, não é?). São inesperadas, espontâneas e mais divertidas. Ora foi exactamente isso que nos aconteceu, uma noite inesperadamente divertida. Tudo começou num encontro pelo lusco-fusco no largo Camões, prometendo apenas boa companhia e um jantar com lasanhas e pizzas do pingo doce, que são muito boas por sinal. O que se seguiria ao jantar estava ainda por decidir... e ainda bem, porque se tivesse sido planeado e combinado não teria tido tanta graça, aposto. Não querendo entrar em pormenores, vos digo que acabamos a noite a pagar 5 euros por uma cuba-libre num bar de erasmus com uma decoração minimalista (lol)... ahh e com outra identidade, bem mais internacional, Katerine Ciprianni, Ines Rubio e Dimitri Abelha.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Kinder's Surpresa

Certamente não é a primeira vez que o ouvem nem fui eu a primeira a quem o ouviram dizer. É provável que já o tenham ouvido em cafés, que os vossos pais vos tenham dito de olhos nostálgicos ao mencionarem um qualquer episódio com contornos de loucura de uma juventude que hoje, secretamente, desejam que os tivera tido ainda mais, na secção dos congelados do supermercado, ou mesmo nos corredores da faculdade. Bem sei que já o ouviram várias vezes, e, possivelmente, já o disseram outras tantas. Mas dá-me um gostinho especial dizer aquilo que vos vou dizer agora…que é o seguinte, não há nada melhor que inesperados! Digam comigo, I-N-E-S-P-E-R-A-D-O-S (É claro que me refiro aos inesperados agradáveis, e não do género “esqueci-me das chaves”) Como quando, sem qualquer tipo de intenção rebuscada, nos dirigimos com a maior das descontracções à Fnac de um qualquer centro comercial com nome de descobridor português para comprar um CD do Bob Dylan, e de repente somos abordados por uma voz off nasalada que nos faz um convite irrecusável, ao qual respondemos com um telefonema em voz histérica, pois sabemos que o que a senhora, que não tem a mínima noção do que este convite implica, anuncia (um concerto de uma banda que não se chama bem aquilo que ela disse) vai dar origem a toda uma série de sentimentos contraditórios do outro lado da linha.
Ahhh é tão giro isto dos inesperados…ver aquela pessoa quando vestimos a nossa camisa favorita só porque as outras estavam a lavar, acabar a falar espanhol numa tasca quando só íamos beber uma cerveja, conhecer alguém interessante quando íamos comprar uma alface, ou mesmo juntar os amigos para um jantar quando só por mero acaso nos encontramos no metro. O único inconveniente dos inesperados é…exacto, não sabermos quando vão acontecer. O que nos pode deixar ansiosos e até deprimidos, quando o inesperado tarda. Mas segundo a minha avó, que já leva de avanço uma quantidade bastante considerável de agradáveis inesperados e que os conta a todos com uma alegria contagiante, a essência disto tudo é muito simples…as coisas acontecem quando menos esperamos!
Portanto toca a limpar o pó dos vossos melhores sapatos e a ir para a rua sem qualquer tipo de expectativa, quem sabe na próxima paragem vos espere...um inesperado.